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Boulevard Da Liberdade


A relação entre a ausência de uso, de atividade e o sentido de liberdade, de expectativa, é fundamental para entender toda a potência evocatória que os terrain vague das cidades tem na percepção da mesma nos últimos anos. Vazio, portanto, como ausência, mas também como promessa, como encontro, como espaço do possível, expectativa.” (SOLÀ-MORALES. I.)

Muros sólidos, construídos no território ou muros invisíveis, escavados na geografia urbana, todos são muros de ar que a escala de uma metrópole como São Paulo é capaz de erigir: fronteiras abissais em seu tempo e espaço. A proposta do Boulevard da Liberdade resulta da constatação do desaparecimento dos espaços públicos e da qualidade da paisagem urbana em nossas cidades. Iniciado segundo a iniciativa publica, cuja criação de lei permitiu a ocupação do vazio existente, evidencia-se como importante reconstituição do tecido urbano. O projeto se pauta pelo reconhecimento na cidade de seus muros e fraturas - nesse caso um negativo. Um muro vazio onde, a partir de sua condição crítica, é reconhecido um potencial de não apenas enfrentá-lo infra estruturalmente, mas, como uma oportunidade de condições inéditas que demonstram como, mesmo de suas barreiras, as cidades ainda podem originar novas potências unificadoras e geradoras do encontro social que o espaço público e todas as suas amplificações podem proporcionar. Abordando uma condição recorrente na cidade, propõe-se a apropriação do espaço aéreo sobre a via expressa que interliga a cidade de leste a oeste. À criação de praças urbanas acolhedoras da diversidade urbana, associam-se elementos programados ou não, definidos pela multiplicidade de atividades que se justificam tanto na escala local como metropolitana. É preciso ter claro que a diluição dos muros urbanos sociais, políticos e econômicos que presenciamos também deve estar embasada sobre estratégias físicas geradoras de situações e lugares onde o pleno convívio seja possível na realidade construída que nos cerca. A arquitetura presente como constituição do espaço livre em sua essência: o espaço democrático. Solicitado por associações e organizações vinculadas ao bairro e engajado em unir as iniciativas públicas e privadas, o projeto segue sendo apresentado para ambos.

 


Local:
São Paulo, SP
Ano: 2011-13
Área do Terreno: 17.406m²
Área do Projeto: 38.580m²

Autores:
Daniel Corsi
Dani Hirano
Candi Hirano

Colaboradores:
Marina Nunes, Elis Morales, Caroline Jun, Nathália Melo, Jessyca Lin, Marina Martorelli

Maquete:
Exposição “Muros De Ar” - Paola Acevedo Vargas (coordenadora maquetes)

Exposições:
La Bienalle di Venezia - 16ª. Mostra Internazionale di Architettura. Exposição “Muros De Ar” Pavilhão do Brasil (2018)


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